Alvo de investigação contra desvios na saúde da BA e PI escondeu celular na cama dos filhos após vazamento de operação

Polícia prende líderes de esquema na saúde As pessoas investigadas pelo esquema que desviou mais de R$ 12 milhões de verbas da saúde pública na Bahia e no...

Alvo de investigação contra desvios na saúde da BA e PI escondeu celular na cama dos filhos após vazamento de operação
Alvo de investigação contra desvios na saúde da BA e PI escondeu celular na cama dos filhos após vazamento de operação (Foto: Reprodução)

Polícia prende líderes de esquema na saúde As pessoas investigadas pelo esquema que desviou mais de R$ 12 milhões de verbas da saúde pública na Bahia e no Piauí foram informadas sobre a primeira fase da operação contra o grupo antes dela acontecer. É o que apontam investigações encaminhadas para a Justiça no pedido de prisão dos suspeitos. A segunda fase da "Operação USG", que deu cumprimento a esses mandados, prendeu nove pessoas, na quarta-feira (19), em Formosa do Rio Preto, cidade do oeste baiano, onde alguns dos envolvidos moram, e em cidades do Piauí. Eles utilizavam clínicas de fachada e contratos superfaturados para justificar pagamentos por serviços médicos que nunca foram realizados. (Relembre a operação ao fim da reportagem) Segundo o documento compartilhado com o g1, após o vazamento da primeira fase da operação, em 2024, uma das suspeitas chegou a esconder o celular pessoal na cama dos filhos, embaixo da coberta, para que as informações contidas no aparelho não fossem descobertas. 📲 Clique aqui e entre no grupo do WhatsApp do g1 Bahia A mulher foi identificada como Maria Raquel de Araújo Santos. Ela é cunhada de João Rocha Mascarenhas, cirurgião-dentista que já ocupou o cargo de secretário de saúde de Formosa do Rio Preto. Na mesma ação, ela também ocultou um computador em outro imóvel. A investigação aponta ainda que, cerca de15 dias antes da operação, outro integrante do grupo fez pesquisas na internet sobre o departamento policial envolvido na ação e sua delegada titular. Os elementos são citados no documento como provas da força do grupo criminoso no município e do perigo que a liberdade dos envolvidos representa para a conclusão do caso. Quem são os presos Hildjane Leite Souza Redes sociais Um dos presos na operação é o vereador de Formosa do Rio Preto, Hildjane Leite Souza (PSD), de 50 anos. Além de vereador, o suspeito é enfermeiro e atuou duas vezes como secretário de saúde do município. O ex-secretário de saúde João Rocha Mascarenhas também foi preso na operação. Ele assumiu o cargo em 2022, após a saída de Hildjane. As investigações apontaram que a esposa dele, identificada como Marina Araújo Santos Mascarenhas, também integrava o esquema. Ela está em prisão domiciliar, pois é mãe de menores de 12 anos. Também presa, Maria Raquel de Araújo Santos é irmã de Marina Araújo, ela é apontada como sócia-administradora de uma empresa que mantinha contratos com a Secretaria de Saúde de Formosa do Rio Preto. Assim como a irmã, ela está em prisão domiciliar por conta dos filhos. O médico Epifânio João da Cruz Neto, marido de Maria Raquel, também é investigado e foi preso na operação. Ele é apontado como um dos autores dos exames fraudulentos de USG. Outras quatro pessoas foram presas e são apontadas como integrantes do esquema criminoso. São elas: Ferdnan Pinheiro Rodrigues - sócio oculto de uma empresa envolvida no esquema milionário; Thaiana Raniere Souza da Cunha - sócia laranja de Ferdnan; Raimunda Eliane Soares - ex-secretária de Formosa do Rio Preto; Wagner Olímpio Rocha - médico. O g1 tenta contato com as defesas e aguarda os posicionamentos da Câmara de Vereadores e da Prefeitura de Formosa do Rio Preto. João Mascarenhas Redes sociais Relembre operação A Polícia Civil (PC) deflagrou a primeira fase da "Operação USG" em dezembro de 2024 e cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas de médicos e ex-secretários municipais de saúde de Formosa do Rio Preto e em cidades do Piauí. Na mesma ocasião, também foram cumpridos mandados em clínicas particulares, hospitais municipais e na Secretaria de Saúde de Formosa do Rio Preto, que suspendeu contratos com quatro empresas investigadas. Nas investigações, foram identificados: exames incompatíveis, como ultrassonografia transvaginal em pacientes homens; pagamentos por serviços médicos não prestados à população; plantões que nunca foram realizados; lista fraudulenta de pacientes "fantasma"; número de exames destoante da realidade; utilização de empresas de fachadas para repassar recursos. Mandados foram cumpridos em Formosa do Rio Preto Polícia Civil A partir dos documentos apreendidos, foi declarada a segunda fase da operação neste ano e, na terça-feira (18), nove pessoas foram presas. Além das prisões, os trabalhos desta etapa incluíram o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens pertencentes aos investigados e a três clínicas utilizadas na estrutura operacional do grupo. LEIA TAMBÉM: Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão contra suspeitos de fraudes financeiras em Salvador Uma pessoa morre e mais de 20 são presas em operação contra facção criminosa na Bahia Grupo empresarial suspeito de desviar R$ 13 milhões em impostos é investigado na Bahia Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻

Fale Conosco