MP apura se Cláudia Leitte cometeu racismo religioso ao tirar nome de orixá de música
Caso aconteceu durante show no Candyall Guetho Square, espaço em Salvador criado por Carlinhos Brown. Secretário de Cultura de Salvador e vencedor do Prêmio ...
Caso aconteceu durante show no Candyall Guetho Square, espaço em Salvador criado por Carlinhos Brown. Secretário de Cultura de Salvador e vencedor do Prêmio Jabuti criticaram a artista. Claudia Leitte no Festival Virada Salvador Joilson César/ Ag. Picnews O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um inquérito para apurar um possível ato de racismo religioso cometido pela cantora Cláudia Leitte. A apuração acontece após a artista trocar o nome de um orixá em uma música, durante uma apresentação em Salvador. Cláudia não se posicionou sobre o assunto. A situação aconteceu no sábado (14), durante a o primeiro show de ensaio de verão da artista no Candyall Guetho Square, em Salvador, onde fica a sede da Timbalada - banda criada por Carlinhos Brown. Em vídeos que viralizaram na web, a cantora aparece cantando “Eu canto meu Rei Yeshua” (Jesus em hebraico) ao invés de “Saudando a rainha Iemanjá”, como já fez em outros shows pelo Brasil desde 2014, mesmo período em que se converteu evangélica. A atitude da cantora gerou polêmica nas redes sociais e foi comentada pelo secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, e pela professora e vencedora do Jabuti, Bárbara Carine. [Confira ao final da matéria] Secretário de Cultura comenta sobre Claudia Leitte substituir nome de orixá em música O MP-BA informou que recebeu a situação através da Iyalorixá Jaciara Ribeiro e do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). O inquérito foi instaurado por meio da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa. O procedimento vai apurar a "responsabilidade civil diante de possível ato de racismo religioso consistente na violação de bem cultural e de direitos das comunidades religiosas de matriz africana, sem prejuízo de eventual responsabilização criminal". Polêmica na redes sociais Vencedora de Prêmio Jabuti critica Claudia Leitte após substituir nome de orixá em música A atitude foi criticada pelo secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, e pela professora e vencedora do Jabuti, Bárbara Carine, conhecida nas redes sociais como "Uma Intelectual Diferentona". [Veja vídeo acima] Nas redes sociais, o secretário se colocou contra a retirada dos nomes de orixás das músicas originalmente escritas com as menções, e ainda apontou racismo na atitude. "Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua repercussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo", escreveu. Bárbara Carine também apontou racismo religioso e reforçou como o axé music está associado a religiões de matriz africana. "É realmente revoltante o racismo religioso, eu diria até um terrorismo religioso, que essas pessoas instaram na nossa cultura. É extremamente revoltante o lucro com a demonização dessa cultura, porque é uma pessoa que vive do axé", afirmou. Já o artista Carlinhos Brown saiu em defesa da cantora após a polêmica, que aconteceu no Candyall Guetho Square, espaço criado por ele e sede da Timbalada. "O Guetho é uma casa laica. Todas as pessoas têm direito a ter suas manifestações. (...) [A atitude de Claudia] É uma coisa que eu não queria estar falando porque é polêmica, e eu tenho uma espiritualidade muito acentuada. Mas eu posso te garantir que Claudia Leitte não é uma pessoa racista". Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻